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Dignidade de Maria

julho 25, 2020

New Marian feast must be celebrated beginning this year - Vatican News

Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus e homem.

Nascido duas vezes: a primeira do Pai, desde a Eternidade; a segunda de Maria, no tempo.

Filho de Deus e de Maria.

Logo, Maria é Mãe de Deus e Deus Pai é Pai de um homem.

Uma dupla geração da mesma Pessoa Divina, o Filho Eterno.

Tentemos, com base nisso, avaliar a dignidade da Virgem Santíssima. De qual criatura podemos dizer que gerou em si o próprio Deus feito homem?

A qual criatura foi dada tal graça? E quanta graça seria apropriada para preparar a graça de ser Mãe de Deus? (Lc 1,28-30)

Sim, porque Deus não faz nada sem preparação.

Para a vinda de Cristo ele preparou um povo santo.

E esse povo santo, mesmo depois de inúmeras traições, foi preservado em um resto fiel para a vinda do Messias (Sf 3,12s).

Esse resto fiel, por fim, cristalizou-se em Maria.

Ela é o Israel puro e sem mancha que Deus preparou para fazer sua tenda entre os homens.

Ela é a arca do testemunho definitivo, o testemunho do próprio Deus encarnado, a Aliança final e perpétua entre Deus e os homens (Lc 1,39-45; comparar com 2Sm 6,9-15).

Por ela Deus se recordou de suas promessas e as cumpriu fielmente (Lc 1,46-55, especialmente o v. 55).

Ela é o fim do Antigo e o começo do Novo.

Ela é o ponto de contato inicial da humanidade redimida com Deus, primícia do triunfo de Cristo.

Quis Deus depender de sua resposta livre para consumar o plano de salvação (Lc 1,38).

Salvando Deus Maria, por meio dela nós fomos salvos.

Porque apenas por ela temos Cristo.

Cristo a salva antes de todos nós, preservando-a da culpa de Adão.

Porque, como Deus, Ele tudo vê e sabe num único ato eterno.

Como Deus, Ele dá o ser ao sim livre de Maria, e dá a Maria o ser total e livremente sim em vista dos méritos da Cruz, em vista do seu amor por nós.

Maria é Mãe. E é Virgem (Lc 1,26s).

Ela é Virgem, não porque a união conjugal tenha alguma impureza ou seja má.

Ela é Virgem porque é total sua consagração a Deus.

Ela pertence totalmente ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

E é justamente por tal pertença que ela é fecunda: ela gera o Cristo, cabeça e membros.

Ela é Mãe da Igreja (Jo 19,25-27).

E a Igreja é Mãe como ela.

Ela é a parte mais sublime e espelho da Igreja em sua essência.

O que se diz da Igreja aplica-se a Maria Santíssima.

E o dizemos de Maria Santíssima pode ser aplicado à Igreja.

A Igreja, como Maria, é Virgem e Mãe.

É Santa e Imaculada (Ef 5,27), pois os pecados de seus filhos não fazem parte do seu ser.

O que faz parte do seu ser é a graça e a reconciliação, o poder de santificar e conduzir sem erro ao Céu.

Maria, ao final de sua jornada terrestre, foi levada ao Céu em corpo e alma, e já vive e reina com Cristo (Ap 11,19-12,1).

A Igreja, no fim dos tempos, também será exaltada. Os eleitos ressuscitarão para a vida e reinarão com o Senhor do qual se alimentaram na Eucaristia (Jo 6,40.44.54; Ap 2,7.17; 3,21; 5,10).

Maria é uma miniatura da Igreja, a Igreja em uma pessoa singular.

Apenas Maria pode dizer perfeitamente: “eu sou Igreja”.

A Igreja no mundo é Maria que se faz em muitos ao longo tempo.

Maria como Igreja é o propósito do cosmos, é o Cristo recebido perfeitamente pela criação.

Ela é esposa do Espírito e, pelo sopro do Espírito, novos céus e nova terra.

A Nova Jerusalém, que está no Céu e descerá do Céu para que os homens nela habitem (Ap 21,1-2).

“Nela jamais entrará algo de imundo, e nem os que praticam abominação e mentira.

Entrarão somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Ap 21,27)

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Amém.

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